Vacinas terapêuticas contra o HPV?
Descobertas recentes apresentam as vacinas terapêuticas contra o HPV como fornecedores de antígenos tumorais.
27 de março de 2023
As infecções por papilomavírus humano (HPV) são a principal causa de quase todos os cânceres cervicais, cânceres anais e uma proporção variável de outros tumores anogenitais, bem como cânceres de cabeça e pescoço, correspondendo a cerca de 5% de todos os cânceres no mundo [1, 2].
A detecção precoce do câncer cervical por citologia (teste de Papanicolaou) e teste de HPV resultou em uma redução na incidência e mortalidade desta doença. Isso foi alcançado como resultado de estudos que apresentaram o papel do HPV no câncer do colo do útero. Através da combinação de vacinação, triagem e tratamento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) visa eliminar o câncer cervical até 2050, o que poderia evitar 50 milhões de mortes em todo o mundo [3]. Isso enfatiza a importância da pesquisa fundamental sobre a biologia precoce do câncer como base para a detecção precoce e programas de prevenção.
Descobertas recentes apresentam as vacinas terapêuticas contra o HPV como fornecedores de antígenos tumorais para estimular uma resposta imune e eliminação das células tumorais. Estudos randomizados e controlados demonstraram que as vacinas terapêuticas contra o HPV são eficazes em pacientes com neoplasia intraepitelial cervical. Em pacientes com malignidades mediadas por HPV, evidências de eficácia são limitadas. No entanto, numerosos estudos em andamento avaliando vacinas terapêuticas atualizadas contra o HPV em combinação com outras terapias apresentam-se promissoras [4].
No contexto do câncer, a vacinação terapêutica é um tipo de imunoterapia que fornece antígenos tumorais ao sistema imunológico para estimular uma resposta imune para eliminar células tumorais. Dentro da ampla categoria de imunoterapia contra o câncer, a vacinação terapêutica distingue-se pela natureza na qual produz uma resposta imune – via antígeno tumoral [4].
Em relação às vacinas profiláticas, a questão de eficácia e segurança da vacina já estão bem definidas. Discute-se aqui, a importância da ampla cobertura vacinal.
A inclusão da vacina de HPV nos programas de vacinação infantil tem sido amplamente sugerido como uma forma de ampliar a cobertura, dado o sucesso histórico dos programas de imunização pediátrica [5]. Além disso, mulheres de até 50 anos, que testam negativo para o DNA do HPV podem esperar se beneficiar de uma vacina de alta eficácia. Enquanto mulheres que são HPV-positivas irão passar por triagem adicional ou protocolos de triagem e tratamento [6]. Entretanto, também é recomendada a vacinação para mulheres que já são HPV-positivas, pois poderão proteger-se de outros subtipos de vírus.
A abordagem abrangente para o controle do câncer do colo do útero consiste em um conjunto de medidas preventivas como vacina, medidas de triagem cervical existentes e uma terapia eficaz antecipada [7].
Portanto, a vacina contra o HPV fornece imunidade e é uma importante ferramenta de prevenção do câncer. A resposta sorológica após a vacinação contra o HPV é muito mais forte do que a resposta após a infecção natural, fornecendo às pessoas uma proteção imune forte e de longo prazo contra o HPV.
Bibliografia
SENKOMAGO, V; HENLEY, SJ; THOMAS, CC; MIX, JM; MARKOWITZ, LE; SARAIYA, M. Human papillomavirus-attributable cancers – United States, 2012–2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2019;68(33):724–8.
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