Você já ouviu falar sobre a importância da nutrição pós-parto? Conversamos com a nossa Nutricionista, Raquel Lacerda, para entender melhor como funciona o organismo de uma recém mamãe após o nascimento do bebê. Além disso, Raquel pontua sobre a importância de uma rede de apoio e traz exemplos de como podemos ajudar as novas mamães.

Quais sinais podemos perceber nas recém mamães que evidenciam a falta de algumas vitaminas e nutrientes após o parto?

Raquel Lacerda: No período do puerpério, que é os primeiros 45 dias após a chegada do bebê, as deficiências nutricionais podem confundir-se com as alterações fisiológicas do pós-parto, da rotina de amamentação e de sono do bebê. Por exemplo, uma puérpera tem uma queda intensa dos cabelos, isso é por causa da queda abrupta dos hormônios progesterona e estrogênio logo após o nascimento do bebê. Essa queda perdura ainda por mais de seis meses.
Por isso, nesse período é importante o acompanhamento nutricional e exames periódicos para avaliar alguma deficiência nutricional. Nesse período da amamentação a necessidade da maioria dos nutrientes aumenta, e os sinais e sintomas de deficiências podem se confundir com o cansaço da rotina e das noites acordada. Ou seja, a mãe acaba normalizando esses sintomas de cansaço, indisposição, queda de cabelo, unhas fracas e não procura um acompanhamento. Dentre essas deficiências podem estar de vitamina A, zinco, cálcio e vitamina D.

As mães costumam perder a fome após o parto do seu bebê?

Raquel Lacerda: Geralmente não, acontece mais frequentemente o aumento da fome. Isso acontece pelo aumento da demanda de energia pela amamentação e pelas noites com poucas horas de sono. Se houver redução do apetite também precisa ser investigado se há alguma deficiência nutricional, por exemplo uma anemia ou alguma questão de saúde mental como a ansiedade e a depressão.

Qual a importância de manter uma boa alimentação pós parto?

Raquel Lacerda: Para uma boa nutrição da mãe que precisa de energia para realizar os cuidados com o bebê e também para a amamentação. Garantir que o corpo não utilize suas reservas de nutrientes para a produção de leite materno. Quanto mais variada a alimentação melhor para a qualidade do leite e saúde da mãe, consequentemente a do bebê.

Quais alimentos podem ajudar as mamães nessa nova rotina?

Raquel Lacerda: Nesse momento uma rede de apoio para essa mãe é primordial, pois a mãe encontra-se concentrada na rotina do seu bebê e acaba esquecendo-se de comer e beber água. A rede de apoio pode ajudar nesse sentido. Sem dúvidas a hidratação é importantíssima, principalmente para a produção de leite materno. Pelo menos 2,1 litros de água por dia. Ter como base alimentos in natura ou minimamente processados (frutas, verduras, legumes, arroz, feijão, carnes, peixes, ovos, frango, cereais integrais, leite, queijo, entre outros). Tomar as suplementações prescritas após o parto e estar reavaliando as deficiências nutricionais.